A história das águas de Cambuquira remonta aos tempos quando o lugar ainda era a Fazenda Bela Vista de propriedade de José da Silva Leme, baependiano que se casara com Rosa Maria Goulart, e adquiriu essas terras por compra ou por herança de sua esposa.
Naqueles tempos, devido a abundância de água do local, provavelmente algumas das fontes do brejal da Colina dos Três Cavalinhos, hoje Figueira, já eram de conhecimento dos seus proprietários.
Mesmo perto da sede, onde hoje está a rodoviária e em área que acompanha o córrego que corta a cidade hoje, diversas minas de água mineral nasciam borbulhantes. Nas terras de um dos filhos de Vicente, no lugar chamado Taquaral entre Três Corações e Cambuquira, uma ou mais nascentes jorram gasosas desde aqueles tempos. Sem contar que no lado oposto a face da Santa Quitéria existe um grande lençol que talvez se ligue sob o subsolo ao grande manancial privilegiado, cuja Fonte do Dico é a maior prova.
A história escrita e passada por oficial nos amarra às descobertas das águas virtuosas de Lambari. Mas, ninguém sabe realmente como e quando isso aconteceu por aqui embora teimam em nos passar uma lenda folclórica de um escravo, atribuindo-lhe a proeza da descoberta, o que não acredito.Mesmo por que, embora não se diga, existe alguma e provável chance de que os bandeirantes estiveram por aqui a procura de ouro e talvez estes tenham realmente descoberto as fontes do grande brejal onde hoje são o parque das águas e o estádio municipal. Essa tese se reforça no próprio nome do bairro anexo, Lavra e a enorme cratera que por muito tempo foi chamada de “Buracão” de onde se extraia ouro até no começo do século XX, conforme contavam os mais velhos.
A própria vinda dos antigos proprietários da citada fazenda,descendentes de bandeirantes paulistas das família Leme, Bicudo e Cunha Gago, reforça a tese da presença de exploradores em busca de ouro.
Este deveria ser o primeiro capítulo de nossa história.
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Drs. Manoel Brandão e seu pai Thomé Brandão editaram o livro “Cambuquira Estância Hidromineral e Climática”, com base em pequena publicação de autoria de Dr. Thomé datada de 1922 com novos tópicos.
Nessa publicação dá-se ao Vereador Midões a obra mais importante em benefício do lugar.
O Comendador Inácio Gomes Midões mandou melhorar as estradas de acesso ao lugarejo que apontava precariamente já em 1934 bastante procurada pelos forasteiros à procura da águas que já se tornavam famosas como alternativa para tratamento de diversos males do estômago, pele e até de outras para as quais não se tinha tratamento médico.
No final do Século XIX a cidade já contava com diversas algumas ruas, casas de alvenaria, algumas hospedarias e algum comércio que substituiram os primeiros barracos que surgiram tão logo a notícia da água se espalhou até à sede do Império, quando desesperados chegavam até o local ainda sem condições de recebê-los à cavalo, liteiras e até a pé como as atuais romarias para um lugar santo.
Em 1894 a pequena vila recebeu o primeiro comboio da Estrada de Ferro Muzambinho, o que com certeza consolidou definitivamente a sua transformação futura no município de Cambuquira, iniciando logo mais a exportação das águas que já naquela época já estavam a cargo do francês Charles Berthaud, vindo de Aix-Les-Bains (Savoia), naquele tempo recem contratado pela Cia União Industrial dos Esaos do Brasil.
Esse químico francês, que parece ter se dedicado também à medicina especial que se implantava na cidade, estudou e classificou cada uma das fontes do Parque das Águas.
Na sua residência na colina sul da vila, ele tinha um laboratório onde trabalhou Honória da Silva Lemes, provável descendente dos primeiros donos daquelas terras, um amplo pomar com espécies aclimatadas além de inúmeras plantas medicinais. Para não poluir o meio ambiente, Berthaud construiu uma série de fossa cépticas que existiam até nos anos 70 nos terrenos do Bairro Carioca, infelizmente destruídas com a bela e imponente residência, fato esse que considero o maior crime contra o patrimônio histórico da cidade.Mas, isso é outra história que o blog de Cambuquira tenta contar às novas gerações.
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Pelo Decreto 2.528 de 12 de maio de 1909 efetiva-se a criação do município de Cambuquira com a criação da prefeitura e nomeação do seu primeiro prefeito Dr. Raul de Noronha Sá, iniciando-se com este a verdadeira implantação de uma cidade que, através de sua administração se transformava numa das primeiras cidades parcialmente planejadas do Brasil. Paralelamente, cresceu o comércio das águas que chegaram aos mais distantes do país, inclusive nordeste, além de S.Paulo e Rio de Janeiro. Fato esse que ganhou maior impulso com a passagem temporária da exploração para prefeitura quando inciou a exportação, conforme conta Manoel Brandão no seu livro, de 2027 caixas de 48 meio litros de água mineral engarrafada diretamente nas fontes sem nenhum aditivo químico como é comum hoje em outras marcas. Mas, essa concessão proviória acabou, passando a exploração e comércio ao controle do Estado de Minas Gerais, que nos 80 anos seguintes firmou contrato com várias empresas, entre elas a Hidrominas do próprio governo, substituída por um longo período pela Superáguas, empresa do Grupo Supergasbrás. Na década de 90, a esta última empresa encerrou as suas atividades nas três estância da Mantiqueira, ficando as cidades à espera de uma definição por parte da administração estadual. Agora, com a criação de uma subsidiária da empresa COPASA, Cambuquira volta às mesas dos consumidores brasileiros.
Por que ser a Água da Copa em 2014?
As águas de Cambuquira, sem desmerecer as demais, apesar de ter sido deixada praticamente em segundo plano pelas empresas exploradoras que investiram mais no nome da mais antiga explorada em detrimento das demais, ganhou classificação de destaque na antiga revista Vip/Exame, quando uma comissão deu destaque a nossa GASOSA com 82.9 pontos na classificação, seguida da gasosa Caxambu,Lindoia, Highland(Escócia), Perrier (França), ....entre outras, com a liderança Ty Nant do País de Galles (sem vasão comercial atualmente).
Essa classificação foi o passaporte para o lançamento desta campanha que tem outros objetivos, além de lançar nossa água no mercado nacional e internacional através da empresa do Governo do Estado, que visa também incentivar o consumidor a vir conhecer as fontes onde se originam esse líquido precioso puro e isento de qualquer aditivo e as demais fontes medicinais que não podem ser engarrafadas devido ao seu alto teor de ferro e também usadas há mais de 100 anos pela população e pelos milhões de veranistas que conheceram a cidade.
Além de saborear nossas águas, o visitante poderá experimentar um caminho pela natureza intocada ainda existente praticamente dentro da cidade, a Mata da Empresa. Voar de "asa-delta" ou parapente sobre a Estância, partindo de um dos lugares mais exuberantes da região, a Serra do Piripau, além de poder conhecer a vida simples do homem do campo, as grande plantações de café e daqui poder conhecer Campanha, a cidade-mãe, referência histórica do Sul de Minas, Três Corações, berço de Pelé e Varginha, a cidade do ET.