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quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

IMPOSTÔMETRO.



O impostômetro e o caos social

Artigo de Alfredo Marcolin Peringer, em 21/12/2009.

Na tarde de segunda-feira, 14 de dezembro de 2009, o impostômetro, medida de todos os tributos pagos pela sociedade brasileira, instalado na cidade de São Paulo, alcançou o montante de um trilhão de reais, projetando um custo social tributário ao redor de R$ 1,133 trilhão em 2009, ante R$ 1,048 trilhão em 2008, alta de 8,11%, mesmo em ano de crise econômico-financeira. Na quarta-feira anterior, o Grupo RBS havia divulgado uma pesquisa sobre a carga tributária em almoço "Tá na Mesa" da Federasul, feita com 300 empresários, mostrando a forte preocupação do meio empresarial com os altos tributos. Não é para menos, esse tipo de custo encontra-se entre os principais entraves ao crescimento das empresas e da atividade econômica como um todo.
Aliás, inúmeros estudos sobre o assunto mostram que nos países em que os governantes impõem pesados tributos ao seu povo, os resultados econômicos e sociais também costumam ser pífios.

Mas o meio burocrático nem sempre foi ganancioso assim. A história mostra que os tributos no mundo andavam ao redor de 5% a 6% do PIB no início do século passado. Cresceram com o advento da I Guerra Mundial, em que a carga tributária pulou para algo ao redor de 12% do PIB, em média (7% do PIB no Brasil em 1920, segundo o IPEA), mesmo diante da advertência de Pierre Paul Leroy-Beaulieu, professor de política econômica do Collège de France e premiado várias vezes pela Academy of Moral and Political Sciences francesa, que classificava as cargas tributárias como moderadas (5% a 6% do PIB); pesadas (10% a 12%) e exorbitante (acima de 12% do PIB). Mais recentemente, Vito Tanzi, tributarista de renome internacional, em estudos feitos junto a diversos países da América Latina, chegou a uma conclusão parecida, ainda que em níveis mais elevados. Notou que quando a carga tributária ultrapassa os 20% do PIB, os países começam a sofrer queda da produção, da renda, dos salários e dos empregos e “na medida em que ela aumenta, aumentam também os custos sociais”, conclui Tanzi (OS GASTOS PÚBLICOS).

Tanzi foi feliz ao vincular os problemas econômicos aos sociais, resultantes da alta participação do estado e da exorbitante carga tributária. Não há como ignorar que acabem desandando em custos sociais de monta, em que o desemprego é o menor deles. A população fica num estado ebulitivo, pronta a explodir em situações aparentemente normais ou insignificantes, seja no lar, no trânsito, no futebol ou junto a amigos. Foi Frédéric Bastiat quem nos ensinou que as ações econômicas sempre deixam dois efeitos: a) o que se vê e; b) o que não se vê. A evolução da carga tributária brasileira de 20,3% do PIB em 1987 (números do IBPT), percentual próximo ao limite admitido por Tanzi, para 25,38% em 1992; 27,47% em 1997; 35,84% em 2002 e 36,2% em 2008, num salto astronômico de 15,9 pontos percentuais, é o efeito que se vê. O caos econômico e social dela resultante é o efeito que não vê, a não ser quando explode.

O extravagante valor numérico apresentado pelo impostômetro não deve ser avaliado como mais um dado contábil, mas como um sinal aos governantes da extrema desordem tributária em nosso País, que precisa ser equacionada e reduzida aos níveis de 1987, antes que leve o País ao caos econômico e social e que o oportunismo venha a transformar o nosso já fraco regime democrático num estado definitivamente totalitário.

Sobre o autor:
Mestre em economia pela universidade de Michigan EUA e atualmente economista da FEDERASUL.

Fonte:IF

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

DR JOSE ALBERTO BARBOSA.

Dr.José Alberto Barbosa, que na literatura crioula assina como Juca Serrano, nasceu em Cambuquira em 19 de fevereiro de 1939, E,aos 14 anos, devido a mudança de seus pais,ele deixou nossa cidade para residir em Curitiba onde concluiu seus estudos, vindo a se formar em Direito.Com essa formação,abriu-se os caminhos para o Ministério Público depois de ter exercido a advocacia nos Estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina, cargo onde veio a se aposentar como Promotor de Justiça. A sua partida na adolescência, apesar do tempo, não foi capaz de apagar aslembranças da cidade natal, das prosas do tio Juca da Celina que soube bem aliá-los às raízes dos pampas e das serras do Sul do Brasil. Este pequeno lembrete foi aqui postado como uma homenagem a filho, prata da casa, que muito bem representa o nome naquelas distantes terras da sua terra distante no mapa mas tão perto do coração. O nosso famoso conterrâneo é autor de várias obras,não se restringindo só à área do Direito mas também à poesia e aos contos.Entre as suas obras algumas foram dedicadas às lembranças da sua terra natal.
No vasto elenco, encontramos uma que nos remete aos tempos do velho casarão de Charles Berthaud, chamado de "Casa Malassombrada" (foto acima),além de outras onde mesclou competentemente nossa Minas Gerais as tradições do Sul.
Abaixo, algumas fotos suas em eventos quando foi honrosamente homenageado
(Clique na foto para ampliar)
José Alberto Barbosa, ao receber o título de Cidadão Honorário de Corupá, SC,discursa agradecendo a homenagem [Julho de 1998]. É homenagem concedida por seus estudos toponímicos e etimológicos a respeito do nome Corupá. Outras homenagens lhe foram prestadas pelos municípios de Jaraguá do Sul [SC] e de Guaramirim [SC], por estudos a respeito dos seus respectivos nomes.

Nesta segunda foto:Da esqu. para a dir.: José Alberto Barbosa [Juca Serrano] e Padre Paulo Aripe, que é o famoso “Padre Potrilho”, grande poeta crioulo sul-rio-grandense e também bem conhecido por ser o idealizador das missas crioulas. À direita o poeta crioulo Mário Castelhano (Prof. Dr. José Isaac Pilati). Foto durante a Missa Crioula, por ocasião do Encerramento do 51º Rodeio de Poetas Crioulos do Rio Grande do Sul [Junho de 2007], promovido pela Estância da Poesia Crioula, de Porto Alegre, uma prestigiosa Academia das letras gaúchas. Essa bandeira que seguram é histórica, sendo exemplar [um dos quatro] do estandarte da República Rio-grandense. O poeta cambuquirense José Alberto Barbosa fora agraciado naquele junho de 2007, quando do 51º Rodeio de Poetas Crioulos do Rio Grande do Sul, com Diploma Especial com Louvor, hors-concours, pelo poema épico “No Sopro da Tradição”, que escreveu sob pseudônimo de Joselito de Santana e o qual biografa 359 autores em temas gauchescos. O prêmio foi concedido pela Estância da Poesia Crioula, em solenidade especial, conjunta com a Academia Sul-rio-grandense de Letras.
Dr.José Alberto Barbosa, que na literatura crioula assina como Juca Serrano, nasceu em Cambuquira em 19 de fevereiro de1939 e aos 14 anos, devido a mudança de seus pais, deixou nossa cidade para residir em Curitiba onde concluiu seus estudos, vindo a se formar em Direito, curso que lhe abriu os caminhos para o Ministério Público depois de ter exercido a advocacia nos Estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina onde veio a se aposentar como Promotor de Justiça.
A sua partida na adolescência, apesar do tempo, não foi capaz de apagar as suas lembranças da cidade natal, das prosas do tio Juca da Celina que soube bem aliá-los às raízes dos pampas e das serras do Sul do Brasil.
Este pequeno lembrete foi aqui postado como uma homenagem a filho, prata da casa de muito bem representa o nome da Estância Hidromineral naquelas distantes terras no mapa mas tão perto do seu coração.

O nosso famoso conterrâneo é autor de várias obras,não se restringindo à área do Direito mas também à poesia e aos contos.Entre as suas obras algumas foram dedicadas às lembranças da sua terra natal. No vasto elenco, encontramos uma que nos remete aos tempos do velho casarão de Charles Berthaud, chamado de "Casa Malassombrada,além de outras onde mesclou competentemente nossas Minas Gerais com o Sul.

José Alberto Barbosa, ao receber o título de Cidadão Honorário de Corupá, SC,discursa agradecendo a homenagem [Julho de 1998]. É homenagem concedida por seus estudos toponímicos e etimológicos a respeito do nome Corupá. Outras homenagens lhe foram prestadas pelos municípios de Jaraguá do Sul [SC] e de Guaramirim [SC], por estudos a respeito dos seus respectivos nomes.

Nesta segunda foto:Da esqu. para a dir.: José Alberto Barbosa [Juca Serrano] e Padre Paulo Aripe, que é o famoso “Padre Potrilho”, grande poeta crioulo sul-rio-grandense e também bem conhecido por ser o idealizador das missas crioulas. À direita o poeta crioulo Mário Castelhano (Prof. Dr. José Isaac Pilati). Foto durante a Missa Crioula, por ocasião do Encerramento do 51º Rodeio de Poetas Crioulos do Rio Grande do Sul [Junho de 2007], promovido pela Estância da Poesia Crioula, de Porto Alegre, uma prestigiosa Academia das letras gaúchas. Essa bandeira que seguram é histórica, sendo exemplar [um dos quatro] do estandarte da República Rio-grandense. O poeta cambuquirense José Alberto Barbosa fora agraciado naquele junho de 2007, quando do 51º Rodeio de Poetas Crioulos do Rio Grande do Sul, com Diploma Especial com Louvor, hors-concours, pelo poema épico “No Sopro da Tradição”, que escreveu sob pseudônimo de Joselito de Santana e o qual biografa 359 autores em temas gauchescos. O prêmio foi concedido pela Estância da Poesia Crioula, em solenidade especial, conjunta com a Academia Sul-rio-grandense de Letras.
Terceira foto:
Premiação na Câmara Municipal de Porto Alegre, em 27.06.2009.
José Alberto Barbosa foi classificado em 2º lugar, no 53º Rodeio de Poetas Crioulos do Rio Grande do Sul, no Concurso “Oliveira Silveira”, por seu “Poema em Negro”; promovido pela Estância da Poesia Crioula; e recebe o “Troféu Lanceiro Negro”, entregue a ele
pela poetisa Beatriz de Castro (À esqu.), Ex-Presidente e madrinha no seu ingresso na Entidade. A seguir, com xale colorado, a filha do poeta Oliveira Ferreira Silveira, o idealizador do Dia Nacional da Consciência Negra e falecido em 1º de janeiro de 2009. À direita, o
autor do troféu, artista plástico Hidalgo Adams.


quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

O vôo do grupo do Seu Zé

Depois de dois dias por Brasília, em reuniões em ministérios, termino com um dia no Senado e na Câmara dos Deputados. Cansado, vou para o aeroporto as 16:00 hs com a esperança de que haveria um voo mais cedo... Mas, não. Sento-me e fico lendo as notas das reuniões até que as 19:00 hs somos chamados para meu voo.

O funcionário da empresa aérea chama e todos se apressam a correr para o portão de embarque. Ouvi um garoto gordo dizer: “Vamos seu Zé, vamos Dna. Maria!”. E foi aquele corre-corre. Seu Zé (típico nordestino da roça, chapéu de feltro surrado na cabeça), Dna Maria (ambos com aparência de estarem acima de 60 anos), Neguinha (assim ela foi chamada), Zuzú, o garoto gordo, seis (eu contei) outras senhoras idosas e quatro crianças de colo se ajuntam no portão de embarque. O funcionário pega alguns passes de embarque e aponta o ônibus. Depois ele vê essa senhora parada mais lá para trás, encolhida. É a dona Maria que se desgarrou do resto...

- Cartão de Embarque, por favor...
- Ahn? Que é isso?
- Aquele papel que lhe deram para a senhora entrar no avião.
- Sei lá. “Tinha” um papelzinho todo escrito, mas eu achei que não era nada (importante), amassei e joguei fora!
- Ah...Tá bão vá...A senhora tá com eles, né? (Apontando para o resto do grupo já no ônibus).
- É...Eu tô com o Zé...(e aponta).
- Mas o cartão...Ah...Tá bão, pode ir, vai!...

Ao chegar na aeronave, o funcionário vendo que “aquilo ali ia dar confusão”, pois todo mundo sentou onde queria, sem olhar se o assento era seu mesmo, grita: “Podem pegar o assento que quiserem. O assento é livre!” Já pensou conferir o número de assento cada um num vôo já atrasado?...

Eu protesto, pois estava morto de cansado e havia escolhido uma janela...Queria meu assento. E me deram, mas não dormi, pois tinha que pegar minha laptop e escrever o que via e ouvia. Na frente da Zulmira (sei o nome porque ela ligou para São Paulo para avisar os parentes que ela estava voltando a viver em Santo Amaro, na Zona Sul... Pela terceira vez depois de ter voltado para o Ceará)...Ela diz que tinha que desligar rápido porque “o avião pode até cair se a gente usa o celular dentro dele!” O solicito conterrâneo ao lado dela, de cabelos grisalhos e na casa dos 40 anos, ouve a conversa da moça e já emenda um papo, caprichando no português, perguntando se ela conhece uma determinada vila na zona sul...Ele conta que tem uma boa casa lá, tem um bom emprego, vive sozinho... Humm..., Isso tá cheirando a paquera. A moça vai em frente e começa a contar que é solteira e por aí vai, trocando números de telefone...

Ela até diz que gostou muito de Brasília, que passou em frente do Palácio do Lula, e emenda: “Até me imaginei mulher do Lula vivendo lá...” Opa! O “filho do Brasil” conquistando mais corações nordestinos...

O avião vai levantar voo e aeromoça faz aquela demonstração de segurança que quase ninguém presta atenção. Depois passa a conferir se todo mundo está com o cinto afivelado...Dna. Maria, na fileira ao lado não sabe o que fazer com aquele cinto...

- Senhora, por favor, a senhora tem que colocar o cinto nessa criança e na senhora também!
- Tá bom, eu coloco ele no meu colo e amarro bem com isso aqui...(E começa a puxar o cinto para amarrar)...
- Senhora, (já impaciente, pois o avião começa a se mover)...Não é assim. A senhora pode colocar ele no colo, mas não pode amarrar. É só enfiar essa coisa aí (apontando para a lingueta do cinto), na outra...Seu Zé, cabra macho mais experiente, já havia sacado o lance e fez como o passageiro do lado tinha feito, afivelando o cinto. Pela cara da aeromoça havia mais gente sem cinto da forma apropriada ali, mas...O avião precisava partir...Iria demorar explicar tudo novamente.

O piloto apaga as luzes para a decolagem. Zulmira comenta: “Ué... Porque apagou tudo?” O avião demora uma eternidade taxiando de uma pista para outra e a Zulmira comenta: “Se é para ir pelo chão, teria ido de ônibus! Voar dá um medo danado...” Dona Maria está quieta, segurando bem forte o neto contra o peito. O avião levanta voo e olho para ela. Está de olhos fechados...Deve estar na quarta ou quinta Ave-Maria...

Aí uma dúvida me assalta. Seriam aquelas senhoras idosas mães de “filhos do nordeste” que haviam migrado para São Paulo e agora estavam viajando pela primeira vez de avião para vê-los nas festas de fim-de-ano? Seria o seu Zé uma espécie de “coiote” nordestino, a semelhança daqueles facilitadores de imigrantes que invadem a terra rica e prometida dos EUA, passando por rios, cercas e desertos? Seriam elas avós que vão ver netos que, nascidos no sul-maravilha, agora fazem parte desta enorme babel em que se transformou São Paulo alagada pelas últimas chuvas?...

O tempo na chegada a São Paulo está...Bem, aquele tempo típico de São Paulo: nublado, chovendo, contrastando com o sol nordestino. A comissária diz que o piloto tem que apagar as luzes para o pouso. As luzes se apagam, e o avião é iluminado de vez em quando por relâmpagos naquela escuridão lá fora. Ah...Mas esse povo já aprendeu alguma coisa. Eles viram o Zuzú (o garoto gordo) se levantar e acender sua luz individual de leitura. É parecido no ônibus, né? Um por um, eles levantam a mão e fazem o mesmo. Até a Dna. Maria fica tentando todos os botões e acaba apertando o botão de chamar a aeromoça, que vem até ali, olha feio e desliga. Se vamos morrer que não seja no escuro!

O voo toca a pista e tem gente que já se levanta, até com criança no colo...A aeromoça se apressa a falar alto para que ninguém se levante, e espere “o avião parar completamente e apagar aquela luzinha do cinto de segurança...” Quando a luz do cinto se apaga, todos se precipitam porta afora, em direção ao ônibus que nos levará ao terminal no meio da chuva. Ouço ameaças de uma mãe para uma criança que chora, talvez por causa do desconforto nos ouvidos, causado pela descompressão: “Cala a boca, Heloisa, senão te enfio a mão aqui mesmo! Você fica me fazendo passar vergonha! E não vou dar a chupeta, não! A vóinha já falou que entorta os dentes!”

As malas demoram uma eternidade no serviço de terceira categoria, prestada por mais uma empresa estatal parada no tempo. Na saída, todos estão quietos, parecem apreensivos com aquele barulhão de tanta gente junta num só lugar, com malas e sacolas. Um jovem nordestino grita para o grupo que “a perua para levar vocês está lá fora”. Se Zé o abraça e lidera o grupo (seria ele um coiote?), e todos com um montão de pacotes, sacolas, embrulhos e malas se dirigirem ao estacionamento.

Ao ver tudo isso, lembro-me das sessões do Senado e da Câmara as quais assisti neste e em outras vezes que estive naquela ilha da fantasia, chamada Brasília. Vi durante um bom tempo parlamentares ficarem elogiando um ao outro, tecendo loas ao “desempenho fantástico de sua Excelência” neste ano de 2009, e desejando felicidades no ano novo. Muitos deles, conhecidos “inimigos” políticos que passam o ano todo fazendo discursos inflamados uns contra os outros frente às câmeras, criando CPI’s contra “aqueles corruptos”, mas morrendo de medo que alguém investigue o passado deles próprios. A maioria tem um forte sotaque nordestino, como o grupo do seu Zé, ali no avião. Porém, são “brasileiros de classe diferente”. Essas “excelências” vão para o nordeste de avião em classe executiva ou “de business”, vão “descansar da luta política” deste ano em residências luxuosas ou em Paris, como me disse um deles.

Mas que contraste... Enquanto aqueles “excelências”, ricos sangrando-se em saúde se elogiam e esquecem as mazelas, seu Zé e seu grupo (e a Zulmira, agora profusamente maquiada durante o voo – e quem sabe o futuro namorado), partem para o que parece ser sua primeira viagem de avião para São Paulo, com seus bairros pobres alagados. Passearam por Brasília, segundo uma das mulheres, vindo do nordeste até o Planalto de ônibus. Tinham que ver onde mora o “conterrâneo-ilustre-presidente”, que agora usa Armani, sapatos italianos, tenta “falar difícil” e viaja pelo mundo. É de uma nova casta. Esses retirantes modernos que antes só andavam de Itapemirim, agora são novos usuários de aeroportos, neste Brasil tão desigual e que demora a se encontrar. Quando isso vai mudar?

Espero que as avós cansadas encontrem a felicidade nestas festas de final de ano, e que os netos e filhos nesta Terra Paulista sejam cidadãos de bem, ajudando a construir uma cidade melhor, mais humana e que é “a maior cidade nordestina do Brasil”. Que todos possam desfrutar do bom da terra, seja de que origem for. 2010 tem mais!

Jose Clovis Lemes

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Fórum de Mídia Livre cria rede para apoiar blogueiros processados

Izabela Vasconcelos, de São Paulo
Membros do Fórum de Mídia Livre decidiram criar a Rede de Solidariedade e Proteção à Blogosfera, durante o Fórum de Mídia Livre, em Vitória (ES). A ideia surgiu depois que os participantes do encontro souberam da notificação judicial que o blogueiro Antônio Arles recebeu da Folha de S. Paulo e UOL por fazer campanha contra o jornal, depois da publicação do polêmico artigo de César Benjamin.Continue lendo (clique!)

Fonte: Paulo Henrique Amorim (home-page)

COP15

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

keppe Motor, uma esperança para a COP15


Dr. Keppe, presidente da STOP e do Hotel Trilogia de Cambuquira, está na COP-15 onde apresentou uma novidade, o Keppe Motor, uma proposta radical na filosofia de energia para o planeta, conforme classificaram algumas páginas internacionais que fazem cobertura do evento.

Diante das recentes notícias das evidentes mudanças climáticas, todos têm que contribuir. É isso que a STOP tenta fazer com a apresentação desse projeto oferecendo como diz uma das notas, "uma solução significativa".

Cientistas brasileiros ligados ao grupo STOP trabalham no desenvolvimento de um novo e mais avançado motor que foi testado com sucesso em ventilação, compressão de ar e aplicações de refrigeração com uma economia de 50 a 90% da eletricidade em relação aos atuais motores de indução. E, se a meta é economizar energia para preservar a Terra, esta é uma ideia que com certeza deve pegar.

Se a idéia for aceita e adotada pelos países, haverá uma economia substancial de energia que poderá poupar nosso planeta das fontes geradoras de energia que hoje lançam toneladas de gás carbônico na atmosfera (CO2), evitar-se-ão as construções dessas grandes represas para usinas hidroelétricas, usinas atômicas ou outros meios nocivos ao meio ambiente.

Torcemos para que aqueles que estão em Kopenhagen levem em consideração e aproveitem essa oportunidade que o Brasil está oferecendo pela salvação do planeta

Veja abaixo (texto original em inglês):

About the Keppe Motor

Keppe Motor is a product of the latest Brazilian technology applied to electric motors. It has been developed from the theories proposed in Brazilian scientist Norberto R. Keppe’s book, The New Physics Derived from a Disinverted Metaphysics (Available in English).

While conventional electric motors are designed to work with DC (Direct Current) or AC (Alternating Current), the Keppe Motor has been developed to work with PC (Pulsed Current), which is the only technology that permits resonance with the essential energy. This significantly improves the performance of motors.

The Keppe Motor is a very high efficiency motor that can achieve more than 90% of efficiency, even in small motors with similar (or even smaller)costs in comparison to regular induction motors.

Its unique design also ensures that the motor runs almost cold at all times, reducing the need of using special and costly mechanical parts and lubricants. It also has simpler constructive elements reducing significantly the cost of production, both by reducing the use or even eliminating some raw materials or components used in regular induction motors, and by simplifying the production processes.

In less than two years since its initial discovery, the Keppe Motor technology has been applied to different applications, like as ventilation, pumping, air compression, refrigeration etc. All save between 70 and 90% of electricity, in comparison to regular induction motors.

As well as these significant advantages for an economy in need of solutions to the energy crisis, the Keppe Motor is also noteworthy for its reliability, low cost, simplicity and portability. The motor also represents the best option for connection to photovoltaic cells for continuous work in regions with only a few hours of sunlight.

The Keppe Motor has been developed for up to a 200W output, but this new technology actually has no limits, which makes it an even more promising development.

The Keppe Motor, then, saves an average of 80% of electricity in comparison to a regular induction motor,which corresponds to 800W savings for each 1 KW of power.

The Keppe Motor technology has a huge impact in saving energy and protecting the environment.

For more information visit our site at www.keppemotor.com



Mais detalhes em Inglês, Alemão,Francês e Espanhol, nos links abaixo:

http://fr.biz.yahoo.com/07122009/175/un-nouveau-moteur-bresilien-offre-des-solutions-energetiques-et-de.html

http://www.generation-nt.com/nouveau-moteur-bresilien-offre-solutions-energetiques-newswire-923111.html

http://blog.taragana.com/pr/new-brazilian-motor-brings-energy-solutions-and-hope-to-cop-15-10200/

http://www.euroinvestor.co.uk/news/story.aspx?id=10775281

http://www.financial.de/news/rohstoff-news/2009/12/07/new-brazilian-motor-brings-energy-solutions-and-hope-to-cop-15/

http://finance.yahoo.com/news/New-Brazilian-Motor-Brings-prnews-1996468699.html?x=0&.v=1

http://www.itnews.it/news/2009/1207161801899/new-brazilian-motor-brings-energy-solutions-and-hope-to-cop-15.html

http://es.finance.yahoo.com/noticias/el-nuevo-motor-brasileo-trae-soluciones-energticas-y-esperanza-al-cop15-newswirexml-2d6fb0cdd352.html?x=0

http://www.euroinvestor.es/news/shownewsstory.aspx?storyid=10775292


http://www.greentechmedia.com/industry/read/new-brazilian-motor-brings-energy-solutions-and-hope-to-cop-1-11217/

http://www.bizjournals.com/

http://sanfrancisco.bizjournals.com/prnewswire/press_releases/Denmark/2009/12/07/NY21729

http://www.earthtimes.org/articles/show/new-brazilian-motor-brings-energy,1077680.shtml

http://www.thestreet.com/story/10639854/1/new-brazilian-motor-brings-energy-solutions--and-hope--to-cop-15.html

http://www.perssupport.nl/publishingweb/pressrelease/detail.do?pressId=36789&type=detail&subType=today&searchKey=5fddf5ed-e364-11de-8211-eb7233f7e238&subSearchKey=9d1c6ecf-e362-11de-8211-eb7233f7e238&languageId=NL&rubricId=null&themeId=null&attachmentTypeId=null&timeRangeId=null&pageIndex=1&firstCharOfName=null

http://es.finance.yahoo.com/noticias/el-nuevo-motor-brasileo-trae-soluciones-energticas-y-esperanza-al-cop15-newswirexml-2d6fb0cdd352.html?x=0

http://fr.finance.yahoo.com/actualites/un-nouveau-moteur-brsilien-offre-des-solutions-nergtiques-et-de-l-espoir-la-cop15-newswire-409dd1c3b132.html?x=0

http://www.tradingmarkets.com/.site/news/Stock%20News/2705789/

http://finance.alphatrade.com/story/2009-12-07/PRN/200912071015PR_NEWS_USPR_____NY21729.html

http://www.belgamediasupport.be/pressrelease/detail.do?pressId=9764&type=thisweek&searchKey=9d7c087e-e34a-11de-a033-fd7186f60c10&languageId=all&pageIndex=1

http://www.centredaily.com/463/v-print/story/1665025.html

http://markets.hpcwire.com/taborcomm.hpcwire/?GUID=11033476&Page=MediaViewer&ChannelID=3197

http://stocks.rcrwireless.com/crain.rcrwireless/?GUID=11033476&Page=MediaViewer&ChannelID=3197


http://media.netpr.pl/PressOffice/text_format.jsp?prs_id=154563

http://www.individual.com/story.php?story=111283763

http://www.itnews.it/news/2009/1207161801899/new-brazilian-motor-brings-energy-solutions-and-hope-to-cop-15.html

http://www.einnews.com/search.php?keywords=keppe+motor&makesearch=yes

http://www.perssupport.nl/publishingweb/pressrelease/detail.do?pressId=36789&type=detail&subType=today&searchKey=5fddf5ed-e364-11de-8211-eb7233f7e238&subSearchKey=9d1c6ecf-e362-11de-8211-eb7233f7e238&languageId=NL&rubricId=null&themeId=null&attachmentTypeId=null&timeRangeId=null&pageIndex=1&firstCharOfName=null

http://www.blogspan.net/presse/neuer-brasilianischer-motor-bietet-energielsung-und-hoffnung-fr-die-cop-15-konferenz/mitteilung/131760/

http://www.ots.at/presseaussendung/OTS_20091207_OTS0147

http://www.gewinnmesse.at/apa_show.html?ap=wge.OTS0147-20091207

http://www.euroinvestor.fr/print/printnewsstory.aspx?storyid=10776270

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Decreto 25/1937 do IPHAN

MPF: Justiça obriga Iphan a aplicar multas em todo o país


A partir de uma ação do Ministério Público Federal (MPF), o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) foi condenado pela Justiça Federal a aplicar, em todo o território nacional, as multas previstas no decreto-lei nº 25/1937, que organiza a proteção do patrimônio histórico e artístico nacional.


A ordem judicial decorre de uma ação civil pública proposta pelo MPF em Petrópolis (RJ) para obrigar o instituto a exercer seu poder de polícia, aplicando sanções sempre que forem constatados danos a bens históricos e artísticos tombados pela União. A Justiça determinou que o Iphan cumpra a decisão em 90 dias. Após esse prazo, cada caso de descumprimento da sentença implicará multa de R$ 10 mil.

A ação decorre de inquérito civil público instaurado pela Procuradoria da República em Petrópolis para apurar a inércia de mais de 70 anos no cumprimento da legislação, visto que, segundo informações do próprio Iphan, as multas previstas no decreto-lei de 1937 jamais foram aplicadas. Na falta de uma solução administrativa, o MPF propôs a ação civil pública contra o Iphan, que tramitou na 2ª Vara Federal de Petrópolis, obtendo a condenação do instituto (processo nº 2007.51.06.001537-1).

Na ação, o MPF pedira a aplicação das multas sempre que o Iphan constatasse dano ao patrimônio histórico e artístico após regular processo administrativo. Como ainda não há fundo próprio para a arrecadação das penalidades aplicadas pelo Iphan, a Justiça acolheu o pedido do MPF, feito pelo procurador da República Fabiano de Moraes, para que as multas sejam revertidas ao Fundo Nacional de Direitos Difusos, voltado a projetos em áreas como patrimônio cultural e meio ambiente, entre outros.

O réu recorreu da sentença ao Tribunal Regional Federal-2ª Região e o MPF já encaminhou resposta ao recurso, na qual a procuradora da República Vanessa Seguezzi afirma, em relação à validade nacional da obrigação imposta ao Iphan, que é um "imperativo lógico, pois seria absurdo admitir-se a condenação do réu a aplicar as multas apenas no Município de Petrópolis e não admiti-la, sob o mesmo fundamento, para as demais regiões do país”.


Da Redação


Fonte: Site Mega Debates

VEJA O DECRETO ABAIXO:


Presidência da República
Subchefia para Assuntos Jurídicos

DECRETO-LEI Nº 25, DE 30 DE NOVEMBRO DE 1937.


Organiza a proteção do patrimônio histórico e artístico nacional.

O Presidente da República dos Estados Unidos do Brasil, usando da
atribuição que lhe confere o art. 180 da Constituição,

DECRETA:

CAPÍTULO I

DO PATRIMÔNIO HISTÓRICO E ARTÍSTICO
NACIONAL

Art. 1º Constitue o patrimônio histórico e artístico nacional o conjunto dos bens móveis e imóveis existentes no país e cuja conservação seja de interêsse público, quer por sua vinculação a fatos memoráveis da história do Brasil, quer por seu excepcional valor arqueológico ou etnográfico, bibliográfico ou artístico.

§ 1º Os bens a que se refere o presente artigo só serão considerados parte integrante
do patrimônio histórico o artístico nacional, depois de inscritos separada ou
agrupadamente num dos quatro Livros do Tombo, de que trata o art. 4º desta lei.

§ 2º Equiparam-se aos bens a que se refere o presente artigo e são também sujeitos a
tombamento os monumentos naturais, bem como os sítios e paisagens que importe conservar e
proteger pela feição notável com que tenham sido dotados pelo natureza ou agenciados
pelo indústria humana.

Art. 2º A presente lei se aplica às coisas pertencentes às pessôas naturais, bem como
às pessôas jurídicas de direito privado e de direito público interno.

Art. 3º Exclúem-se do patrimônio histórico e artístico nacional as obras de orígem
estrangeira:

1) que pertençam às representações diplomáticas ou consulares acreditadas no país;

2) que adornem quaisquer veiculos pertecentes a emprêsas estrangeiras, que façam
carreira no país;

3) que se incluam entre os bens referidos no art. 10 da Introdução do Código Civíl, e
que continuam sujeitas à lei pessoal do proprietário;

4) que pertençam a casas de comércio de objetos históricos ou artísticos;

5) que sejam trazidas para exposições comemorativas, educativas ou comerciais:

6) que sejam importadas por emprêsas estrangeiras expressamente para adôrno dos
respectivos estabelecimentos.

Parágrafo único. As obras mencionadas nas alíneas 4 e 5 terão guia de licença para
livre trânsito, fornecida pelo Serviço ao Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.

CAPÍTULO II

DO TOMBAMENTO

Art. 4º O Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional possuirá quatro
Livros do Tombo, nos quais serão inscritas as obras a que se refere o art. 1º desta lei,
a saber:

1) no Livro do Tombo Arqueológico, Etnográfico e Paisagístico, as coisas pertencentes
às categorias de arte arqueológica, etnográfica, ameríndia e popular, e bem assim as
mencionadas no § 2º do citado art. 1º.

2) no Livro do Tombo Histórico, as coisas de interêsse histórico e as obras de arte
histórica;

3) no Livro do Tombo das Belas Artes, as coisas de arte erudita, nacional ou estrangeira;

4) no Livro do Tombo das Artes Aplicadas, as obras que se incluírem na categoria das
artes aplicadas, nacionais ou estrangeiras.

§ 1º Cada um dos Livros do Tombo poderá ter vários volumes.

§ 2º Os bens, que se inclúem nas categorias enumeradas nas alíneas 1, 2, 3 e 4 do
presente artigo, serão definidos e especificados no regulamento que for expedido para
execução da presente lei.

Art. 5º O tombamento dos bens pertencentes à União, aos Estados e aos Municípios se
fará de ofício, por ordem do diretor do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico
Nacional, mas deverá ser notificado à entidade a quem pertencer, ou sob cuja guarda
estiver a coisa tombada, afim de produzir os necessários efeitos.

Art. 6º O tombamento de coisa pertencente à pessôa natural ou à pessôa jurídica de
direito privado se fará voluntária ou compulsóriamente.

Art. 7º Proceder-se-à ao tombamento voluntário sempre que o proprietário o pedir e a
coisa se revestir dos requisitos necessários para constituir parte integrante do
patrimônio histórico e artístico nacional, a juízo do Conselho Consultivo do Serviço
do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, ou sempre que o mesmo proprietário
anuir, por escrito, à notificação, que se lhe fizer, para a inscrição da coisa em
qualquer dos Livros do Tombo.

Art. 8º Proceder-se-á ao tombamento compulsório quando o proprietário se recusar a
anuir à inscrição da coisa.

Art. 9º O tombamento compulsório se fará de acôrdo com o seguinte processo:

1) o Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, por seu órgão competente,
notificará o proprietário para anuir ao tombamento, dentro do prazo de quinze dias, a
contar do recebimento da notificação, ou para, si o quisér impugnar, oferecer dentro do
mesmo prazo as razões de sua impugnação.

2) no caso de não haver impugnação dentro do prazo assinado. que é fatal, o diretor do
Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional mandará por símples despacho
que se proceda à inscrição da coisa no competente Livro do Tombo.

3) se a impugnação for oferecida dentro do prazo assinado, far-se-á vista da mesma,
dentro de outros quinze dias fatais, ao órgão de que houver emanado a iniciativa do
tombamento, afim de sustentá-la. Em seguida, independentemente de custas, será o
processo remetido ao Conselho Consultivo do Serviço do Patrimônio Histórico e
Artístico Nacional, que proferirá decisão a respeito, dentro do prazo de sessenta dias,
a contar do seu recebimento. Dessa decisão não caberá recurso.

Art. 10. O tombamento dos bens, a que se refere o art. 6º desta lei, será considerado
provisório ou definitivo, conforme esteja o respectivo processo iniciado pela
notificação ou concluído pela inscrição dos referidos bens no competente Livro do
Tombo.

Parágrafo único. Para todas os efeitos, salvo a disposição do art. 13 desta lei, o
tombamento provisório se equiparará ao definitivo.

CAPÍTULO III

DOS EFEITOS DO
TOMBAMENTO

Art. 11. As coisas tombadas, que pertençam à União, aos Estados ou aos Municípios,
inalienáveis por natureza, só poderão ser transferidas de uma à outra das referidas
entidades.

Parágrafo único. Feita a transferência, dela deve o adquirente dar imediato
conhecimento ao Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.

Art. 12. A alienabilidade das obras históricas ou artísticas tombadas, de propriedade de
pessôas naturais ou jurídicas de direito privado sofrerá as restrições constantes da
presente lei.

Art. 13. O tombamento definitivo dos bens de propriedade partcular será, por iniciativa
do órgão competente do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional,
transcrito para os devidos efeitos em livro a cargo dos oficiais do registro de imóveis e
averbado ao lado da transcrição do domínio.

§ 1º No caso de transferência de propriedade dos bens de que trata êste artigo,
deverá o adquirente, dentro do prazo de trinta dias, sob pena de multa de dez por cento
sôbre o respectivo valor, fazê-la constar do registro, ainda que se trate de
transmissão judicial ou causa mortis.

§ 2º Na hipótese de deslocação de tais bens, deverá o proprietário, dentro do mesmo
prazo e sob pena da mesma multa, inscrevê-los no registro do lugar para que tiverem sido
deslocados.

§ 3º A transferência deve ser comunicada pelo adquirente, e a deslocação pelo
proprietário, ao Serviço do Patrimônio Histórico e Artistico Nacional, dentro do mesmo
prazo e sob a mesma pena.

Art. 14. A. coisa tombada não poderá saír do país, senão por curto prazo, sem
transferência de domínio e para fim de intercâmbio cultural, a juízo do Conselho
Consultivo do Serviço do Patrimônio Histórico e Artistico Nacional.

Art. 15. Tentada, a não ser no caso previsto no artigo anterior, a exportação, para
fora do país, da coisa tombada, será esta sequestrada pela União ou pelo Estado em que
se encontrar.

§ 1º Apurada a responsábilidade do proprietário, ser-lhe-á imposta a multa de

cincoenta por cento do valor da coisa, que permanecerá sequestrada em garantia do
pagamento, e até que êste se faça.

§ 2º No caso de reincidência, a multa será elevada ao dôbro.

§ 3º A pessôa que tentar a exportação de coisa tombada, alem de incidir na multa a
que se referem os parágrafos anteriores, incorrerá, nas penas cominadas no Código Penal
para o crime de contrabando.

Art. 16. No caso de extravio ou furto de qualquer objéto tombado, o respectivo
proprietário deverá dar conhecimento do fáto ao Serviço do Patrimônio Histórico e
Artístico Nacional, dentro do prazo de cinco dias, sob pena de multa de dez por cento
sôbre o valor da coisa.

Art. 17. As coisas tombadas não poderão, em caso nenhum ser destruidas, demolidas ou
mutiladas, nem, sem prévia autorização especial do Serviço do Patrimônio Histórico e
Artistico Nacional, ser reparadas, pintadas ou restauradas, sob pena de multa de cincoenta
por cento do dano causado.

Parágrafo único. Tratando-se de bens pertencentes á União, aos Estados ou aos
municípios, a autoridade responsável pela infração do presente artigo incorrerá
pessoalmente na multa.

Art. 18. Sem prévia autorização do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico
Nacional, não se poderá, na vizinhança da coisa tombada, fazer construção que lhe
impeça ou reduza a visibílidade, nem nela colocar anúncios ou cartazes, sob pena de ser
mandada destruir a obra ou retirar o objéto, impondo-se nêste caso a multa de cincoenta
por cento do valor do mesmo objéto.

Art. 19. O proprietário de coisa tombada, que não dispuzer de recursos para proceder às
obras de conservação e reparação que a mesma requerer, levará ao conhecimento do
Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional a necessidade das mencionadas
obras, sob pena de multa correspondente ao dobro da importância em que fôr avaliado o
dano sofrido pela mesma coisa.

§ 1º Recebida a comunicação, e consideradas necessárias as obras, o diretor do
Serviço do Patrimônio Histórico e Artistico Nacional mandará executá-las, a expensas
da União, devendo as mesmas ser iniciadas dentro do prazo de seis mezes, ou
providenciará para que seja feita a desapropriação da coisa.

§ 2º À falta de qualquer das providências previstas no parágrafo anterior, poderá o
proprietário requerer que seja cancelado o tombamento da coisa.

§ 3º Uma vez que verifique haver urgência na realização de obras e conservação ou
reparação em qualquer coisa tombada, poderá o Serviço do Patrimônio Histórico e
Artístico Nacional tomar a iniciativa de projetá-las e executá-las, a expensas da
União, independentemente da comunicação a que alude êste artigo, por parte do
proprietário.

Art. 20. As coisas tombadas ficam sujeitas à vigilância permanente do Serviço do

Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, que poderá inspecioná-los sempre que fôr
julgado conveniente, não podendo os respectivos proprietários ou responsáveis criar
obstáculos à inspeção, sob pena de multa de cem mil réis, elevada ao dôbro em caso
de reincidência.

Art. 21. Os atentados cometidos contra os bens de que trata o art. 1º desta lei são
equiparados aos cometidos contra o patrimônio nacional.

CAPÍTULO IV

DO DIREITO DE
PREFERÊNCIA

Art. 22. Em face da alienação onerosa de bens tombados, pertencentes a pessôas naturais
ou a pessôas jurídicas de direito privado, a União, os Estados e os municípios terão,
nesta ordem, o direito de preferência.

§ 1º Tal alienação não será permitida, sem que prèviamente sejam os bens
oferecidos, pelo mesmo preço, à União, bem como ao Estado e ao município em que se
encontrarem. O proprietário deverá notificar os titulares do direito de preferência a
usá-lo, dentro de trinta dias, sob pena de perdê-lo.

§ 2º É nula alienação realizada com violação do disposto no parágrafo anterior,
ficando qualquer dos titulares do direito de preferência habilitado a sequestrar a coisa
e a impôr a multa de vinte por cento do seu valor ao transmitente e ao adquirente, que
serão por ela solidariamente responsáveis. A nulidade será pronunciada, na forma da
lei, pelo juiz que conceder o sequestro, o qual só será levantado depois de paga a multa
e se qualquer dos titulares do direito de preferência não tiver adquirido a coisa no
prazo de trinta dias.

§ 3º O direito de preferência não inibe o proprietário de gravar livremente a coisa
tombada, de penhor, anticrese ou hipoteca.

§ 4º Nenhuma venda judicial de bens tombados se poderá realizar sem que, prèviamente,
os titulares do direito de preferência sejam disso notificados judicialmente, não
podendo os editais de praça ser expedidos, sob pena de nulidade, antes de feita a
notificação.

§ 5º Aos titulares do direito de preferência assistirá o direito de remissão, se dela
não lançarem mão, até a assinatura do auto de arrematação ou até a sentença de
adjudicação, as pessôas que, na forma da lei, tiverem a faculdade de remir.

§ 6º O direito de remissão por parte da União, bem como do Estado e do município em
que os bens se encontrarem, poderá ser exercido, dentro de cinco dias a partir da
assinatura do auto do arrematação ou da sentença de adjudicação, não se podendo
extraír a carta, enquanto não se esgotar êste prazo, salvo se o arrematante ou o
adjudicante for qualquer dos titulares do direito de preferência.

CAPÍTULO V

DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 23. O Poder Executivo providenciará a realização de acôrdos entre a União e os
Estados, para melhor coordenação e desenvolvimento das atividades relativas à
proteção do patrimônio histórico e artistico nacional e para a uniformização da
legislação estadual complementar sôbre o mesmo assunto.

Art. 24. A União manterá, para a conservação e a exposição de obras históricas e
artísticas de sua propriedade, além do Museu Histórico Nacional e do Museu Nacional de
Belas Artes, tantos outros museus nacionais quantos se tornarem necessários, devendo
outrossim providênciar no sentido de favorecer a instituição de museus estaduais e
municipais, com finalidades similares.

Art. 25. O Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional procurará
entendimentos com as autoridades eclesiásticas, instituições científicas, históricas
ou artísticas e pessôas naturais o jurídicas, com o objetivo de obter a cooperação
das mesmas em benefício do patrimônio histórico e artístico nacional.

Art. 26. Os negociantes de antiguidades, de obras de arte de qualquer natureza, de
manuscritos e livros antigos ou raros são obrigados a um registro especial no Serviço do
Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, cumprindo-lhes outrossim apresentar
semestralmente ao mesmo relações completas das coisas históricas e artísticas que
possuírem.

Art. 27. Sempre que os agentes de leilões tiverem de vender objetos de natureza idêntica
à dos mencionados no artigo anterior, deverão apresentar a respectiva relação ao
órgão competente do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, sob pena
de incidirem na multa de cincoenta por cento sôbre o valor dos objetos vendidos.

Art. 28. Nenhum objéto de natureza idêntica à dos referidos no art. 26 desta lei
poderá ser posto à venda pelos comerciantes ou agentes de leilões, sem que tenha sido
préviamente autenticado pelo Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, ou
por perito em que o mesmo se louvar, sob pena de multa de cincoenta por cento sôbre o
valor atribuido ao objéto.

Parágrafo único. A. autenticação do mencionado objeto será feita mediante o pagamento
de uma taxa de peritagem de cinco por cento sôbre o valor da coisa, se êste fôr
inferior ou equivalente a um conto de réis, e de mais cinco mil réis por conto de réis
ou fração, que exceder.

Art. 29. O titular do direito de preferência gosa de privilégio especial sôbre o valor
produzido em praça por bens tombados, quanto ao pagamento de multas impostas em virtude
de infrações da presente lei.

Parágrafo único. Só terão prioridade sôbre o privilégio a que se refere êste artigo
os créditos inscritos no registro competente, antes do tombamento da coisa pelo Serviço
do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.

Art. 30. Revogam-se as disposições em contrário.

Rio de Janeiro, 30 de novembro de 1937, 116º da Independência e 49º da República.

GETULIO VARGAS.

Gustavo Capanema.

Este texto não substitui o
publicado no D.O.U. de 6.12.1937

domingo, 29 de novembro de 2009

FNB - Felicidade Nacional Bruta (nova fórmula de callcular riquezas)

Primeiro-ministro do Butão cria nova fórmula para calcular riqueza e desenvolvimento

Felicidade Nacional Bruta é mais importante do que o Produto Interno Bruto de um país, defende o primeiro-ministro do Butão, Lyongpo Jigme Thinley. Ele está em Foz do Iguaçu, onde participa da 5ª Conferência Internacional sobre Felicidade Interna Bruta (FIB), que será encerrada. (23/11).

Pequeno país da Ásia, situado na Cordilheira do Himalia, o Butão está atraindo a atenção de governantes e economistas de vários países com sua nova fórmula para o cálculo de riqueza e desenvolvimento. “Quando o Poder Público articula políticas públicas, algumas questões são fundamentais. Desenvolvimento é ser feliz, caso contrário não é desenvolvimento. É preciso articular em conjunto o bem-estar psicológico, o uso do tempo, a vitalidade da comunidade, a cultura, saúde, educação, diversidade do meio ambiente, o padrão de vida e a governança”, explica o primeiro-ministro.

Líder do primeiro governo democraticamente eleito no país , Thinley disse que a adoção da FIB como forma de medir a prosperidade e a felicidade de seu povo fez parte de sua campanha à eleição no ano passado. Lembrou que o termo FIB foi criado em 1972 pelo rei butanês Jigme Wangchuck, na época com 16 anos, “para se contrapor às medições puramente materiais do PIB” - a soma de serviços e bens produzidos em
determinado período.

Entretanto, sua aplicação como prática de governo começou este ano, quando outros países se interessaram por essa nova forma de gerir seus recursos. A psicológa e antropóloga Susan Andrews é a coordenadora do FIB no Brasil. Fundadora do Instituto Visão Futuro, ela coordena o projeto pioneiro na periferia de Itapetininga (SP), numa parceria com a prefeitura municipal. “São aplicados questionários que relacionam os indicadores do FIB com os moradores. Normalmente, o que percebemos é que até certo nível é importante a base material, mas chega um ponto em que os bens materiais não são mais indicadores para a felicidade”, ressaltou.

O que o ser humano realmente aspira ao longo de sua passagem pela terra é a felicidade, concordam os participantes do congresso. O consenso é de que houve tempos em que a economia era orientada para o bem comum, a felicidade humana, ou seja, a economia era serva do homem. Depois, na modernidade, o homem passou a ser servo da economia. De acordo com material divulgado pelos organizadores, atualmente, o próprio criador do índice PIB, Simon Kuznetz, Prêmio Nobel de Economia, compreende que essa prática não é boa e precisa de revisão.

Em sua palestra, Jon Hall, da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), diz que a crise econômica internacional tem levado diversos países a revisar seus conceitos sobre desenvolvimento. Entre eles estão o Canadá, a França, Austrália, Nova Zelândia, Suíça, Espanha, Hungria, África do Sul, Tailândia e Coreia do Sul, e o grupo segue crescendo. “Não necessariamente os países devem adotar a metodologia que o Butão desenvolveu. O importante é que as pessoas se reúnam e discutam maneiras de avaliar o progresso de suas comunidades, organizações e países, para que sejam adotadas as políticas públicas”.

Fonte :(dh) base de dados da Assojuris

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Qnap leva qualidade de cinema para a televisão de casa

Com uma mistura de HD com media player, o NMP -1000 armazena até 2TB e permite a exibição de conteúdo audiovisual com a mesma qualidade das exibidas nas grandes telas

Cada dia mais é desejo do consumidor de tecnologias adquirir equipamentos compactos e com mais de uma funcionalidade. Os tocadores de música e videocassetes foram gradativamente substituídos por CD e DVD players. Com a difusão da internet e do conteúdo disponível, um novo nicho surgiu: o de tocadores de arquivos digitais multifuncionais. Para esse mercado, a Controle Net, empresa especializada em soluções de rede e de armazenamento, acaba de trazer ao Brasil o NMP-1000 (Network Multimedia Player), desenvolvido pela Qnap.Continue lendo (clique!)

Fonte: Portal

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Mudanças Climáticas podem levar ao colapso da Amazônia

Relatório encomendado pela Rede WWF e Allianz SE afirma que outros locais do mundo também poderão ser afetados.
Relatório divulgado hoje na Alemanha afirma que regiões e ecossistemas mais diversos do planeta correm riscos de atingir um ponto de colapso que desencadeia consequências ambientais, sociais e econômicas devastadoras. A Amazônia é uma destas áreas e os efeitos do aquecimento global não ficarão restritos apenas à região. O possível colapso do sistema climático na Amazônia pode gerar impactos econômicos no Centro e Sul do Brasil, em estados como Mato Grosso do Sul, Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul. Continue lendo.... (clique!)

FONTE www.segs.com.br - Fonte ou Autoria é : Lucila Lopes

CURSO DE INTRODUÇÃO AO CINEMA EM CAMBUQUIRA.

CURSO DE INTRODUÇÃO AO CINEMA

De 12 a 15 de dezembro de 2009

No Espaço Cultural Sinhá Prado – Cambuquira-MG

Promovido pela Secretaria de Estado de Cultura de Minas Gerais

INSCRIÇÕES GRATUITAS

VAGAS LIMITADAS!

CONTEÚDO PRINCIPAL

- introdução à história e à linguagem cinematográfica;

- introdução à análise crítica de filmes.-

OBJETIVOS

- sensibilizar os participantes em relação à arte cinematográfica, oferecendo elementos para melhor compreensão de um filme;

- estimular a criação e participação em cineclubes, a reflexão e o debate de filmes.

MINISTRADO POR CARLA MAIA

Carla Maia é mestre em Comunicação Social pela UFMG. É uma das organizadoras do forumdoc.bh - Festival do Filme Documentário e Etnográfico de Belo Horizonte, promovido pela Associação Filmes de Quintal, da qual faz parte. Tem experiência na área de curadoria e organização de mostras de cinema, além de ministrar oficinas e cursos de audiovisual. Atua também como produtora e é co-diretora, ao lado de Raquel Junqueira, do filme Roda, documentário sobre a Velha Guarda de Samba de Belo Horizonte, em fase de finalização.

SINOPSE DO CURSO

O curso irá apresentar os principais aspectos da linguagem cinematográfica, a partir dos filmes e autores que marcaram a história do cinema, seja pelo ineditismo das propostas formais, seja pela relevância do conteúdo tratado. O foco do curso será pensar uma história do cinema em permanente relação com a história do mundo - o cinema como instrumento que reflete e incorpora as questões pertinentes a cada época. Buscaremos pensar como um filme pode pertencer ao seu tempo, ao seu contexto histórico, através tanto de escolhas formais quanto temáticas. O que mostrar, como mostrar, por que mostrar - essas serão as perguntas recorrentes durante o curso.

A história do cinema será apresentada em diálogo com o contexto brasileiro, a partir de uma reflexão acerca das influências e diferenças existentes entre a produção estrangeira e nacional. Ao relacionar as diferentes obras a seu contexto histórico específico, a intenção é provocar uma reflexão acerca das potências próprias do cinema - as questões políticas, éticas e estéticas que ele permite elaborar e desenvolver, a partir de seus frágeis instrumentos: imagens e sons organizados em blocos de espaço-tempo.

Em linhas gerais, o método será sempre o de assistir filmes e deixar que as questões derivem do que foi visto e ouvido. Os filmes não serão meros exemplos de um pensamento que lhes é anterior e possa ser aplicado a eles, antes, eles serão os detonadores do pensamento: toda reflexão terá inicio na imagem e pela imagem. Num primeiro momento, os participantes serão instigados a comentar suas primeiras impressões. A partir dos comentários, a discussão será conduzida e desenvolvida. Em anexo, o programa do curso, apresentando as principais questões a serem trabalhadas e os filmes que serão apresentados, parcial ou integralmente.

PÚBLICO ALVO

- interessados em cinema de todas as idades que queiram compreender os rudimentos da história e linguagem cinematográfica, bem como formas possíveis de aproximação/ leitura de um filme; e/ou

- participantes de cineclubes, bem como pessoas interessadas na implementação de pontos de exibição.

OUTRAS INFORMAÇÕES

- data: 12 a 15 de dezembro de 2009 (sábado a terça)

- local: Espaço Cultural Sinhá Prado - Av. Virgílio de Melo Franco, 481 – Cambuquira-MG

- carga horária: 20 horas / sábado e domingo, das 10h às 12h, e das 14h às 18h. / segunda e terça: das 18h às 22h.

- 35 vagas

INSCRIÇÕES

Para inscrever-se basta enviar dados abaixo para o email espacoculturalsinhaprado@gmail.com, e aguardar a resposta com confirmação de vaga por email.

- NOME COMPLETO:

- DATA DE NASCIMENTO:

- TELEFONE(S):

- EMAIL:

- ENDEREÇO:

Os interessados que não utilizarem email, poderão se inscrever pessoalmente no Espaço Cultural Sinhá Prado, ou pelo telefone (35)9842-1886 ou (11)9608-4026.

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PROGRAMA DO CURSO

Primeiro encontro:

As imagens em movimento e o movimento no pensamento

Apresentação da proposta do curso. Os primeiros espectadores. A imagem-movimento e seus efeitos na percepção e na vida social. A relação forma e sentido segundo Eisenstein. Os impactos no Brasil. Chaplin, o cinema mudo e o prenúncio do fim de uma era com a chegada do cinema falado. Trechos de filmes: A chegada do trem na estação - Irmãos Lumière (1895), O encouraçado Potemkin (1925), Homem com a câmera (1929), Limite - Mário Peixoto (1931).

Exibição de Tempos Modernos (1936)

Segundo encontro:

As novas imagens: o cinema moderno.

Introdução ao pensamento do cinema moderno: neorealismo italiano e nouvelle vague. O cinema pós-guerra. O cinema-verdade: Rouch e o documentário. Impactos no Brasil: cinema novo. Trechos de filmes: Cidadão Kane, Roma, cidade aberta - Rossellini (1945), Rio 40 Graus (1955), Os mestres loucos (1955), 5 vezes favela (1962).

Exibição de Terra em Transe, do Glauber.

Terceiro encontro:

O real das imagens: modos de exibir, modos de resistir.

Comentário de Terra em Transe. Reflexão sobre as relações entre cinema, estética e política.

Exibição de Iracema e comentário. Questões históricas. O cinema como resistência. Relações documentário e ficção.

Quarto encontro:

As imagens por vir: desafios e conquistas do cinema no Brasil

Exibição de Corumbiara, de Vincent Carelli.

Comentário de Corumbiara. Modos de abordar a questão indígena e outras questões pertinentes no contexto brasileiro. Trechos dos filmes Serras da Desordem (2006) e Duas aldeias, uma caminhada (2008). Reflexões sobre a produção nacional recente e os desafios que ainda se apresentam. Os últimos quatro filmes (Iracema, Serras da Desordem, Duas aldeias, uma caminhada e Corumbiara) todos relacionados à questão indígena no Brasil (tão antiga quanto urgente e muitas vezes negligenciada ou esquecida) serão mote para a discussão acerca do potencial do cinema para lidar com aspectos da realidade, assumindo uma função crítica e conscientizante. A discussão irá se desenvolver no sentido de refletir sobre outros temas recorrentes na cinematografia nacional, como a violência e a pobreza, por exemplo, explorados em filmes como Cidade de Deus, Ônibus 174 e Tropa de Elite. O que mostrar e como mostrar será a questão principal de todo o curso.

Relação dos filmes com sinopses e comentários.

A chegada do trem na estação (1895)

Direção: Auguste e Louis Lumière

27 de Dezembro de 1895: os irmãos Lumière organizam a primeira projecção cinematográfica pública e paga. Teve lugar no Salão Indiano, na cave do Grand Café, no Boulevard des Capucines, em Paris. Os bilhetes de entrada custavam 1 franco e davam direito a ver dez pequenos filmes de cerca de um minuto cada um. O público, a princípio, mostra-se desconfiado, pensa tratar-se apenas de mais uma simples projecção de uma lanterna mágica. Contudo, os primeiros espectadores ficaram estupefactos ao ver a chegada duma locomotiva na gare de Ciotat. Alguns dos espectadores chegaram mesmo a fazer um movimento de recuo para escapar ao avanço da máquina, pensando que ela se precipitaria realmente sobre eles.

Pretende-se com a exibição desse filme iniciar a discussão a respeito das mudanças perceptivas e cognitivas que as imagens em movimento provocaram nos modos de ver e perceber da humanidade.

O encouraçado Potemkin (1925)

Direção: Serguei Eisenstein

O Encouraçado Potemkin é a realização mais importante e conhecida do russo Serguei Eisenstein. O filme é considerado um marco na montagem cinematográfica. Filmado em 1925 e feito sob encomenda para comemorar os vinte anos da Revolução Russa, o filme parte de um fato histórico de 1905 - rebelião de marinheiros de navio de guerra - para criar uma obra universal que fala contra a injustiça e sobre o poder coletivo que há nas revoluções populares. O filme é dividido em cinco partes que se ocupam em provocar uma situação tal de espaço-tempo onde todos os pormenores apresentam um significado a ser apreendido pelo espectador. Pretende-se com a exibição de trecho desse filme refletir sobre os princípios de montagem e sobre relação cinema e política.

Homem com a câmera (1929)

Direção: Dziga Vertov

As imagens de Moscou, Kiev e Odessa são estruturadas como uma partitura musical. A trilha sonora é composta e conduzida pela Alloy Orchestra, seguindo as instruções escritas por Dziga Vertov. Grande marco do cinema soviético do período Lenin, o filme é o mais célebre exemplo da ruptura total do cinema com a literatura e a dramaturgia, uma iniciação aos segredos da linguagem cinematográfica.

Limite (1931)

Direção: Mário Peixoto

Filmado em 1930, exibido pela primeira vez em 1931, Limite se tornou, ao longo dos anos, um filme lendário. Foi votado várias vezes como o melhor filme brasileiro já realizado e pode ser considerado a primeira e única referência para filmes brasileiros experimentais (apesar da problemática do termo) do cinema mudo. Pretendemos estabelecer paralelos entre esse filme e os anteriores, buscando relacionar a produção nacional ao contexto do cinema estrangeiro.

Tempos modernos (1936)

Direção: Charles Chaplin

Trata-se do último filme mudo de Chaplin, que focaliza a vida urbana nos Estados Unidos nos anos 30, imediatamente após a crise de 1929, quando a depressão atingiu toda sociedade norte-americana, levando grande parte da população ao desemprego e à fome. A figura central do filme é Carlitos, o personagem clássico de Chaplin, que ao conseguir emprego numa grande indústria, transforma-se em líder grevista conhecendo uma jovem, por quem se apaixona. O filme focaliza a vida do na sociedade industrial caracterizada pela produção com base no sistema de linha de montagem e especialização do trabalho. É uma crítica à "modernidade" e ao capitalismo representado pelo modelo de industrialização, onde o operário é engolido pelo poder do capital e perseguido por suas idéias "subversivas".

A exibição desse filme será guiada por uma reflexão entre cinema, capitalismo e indústria, bem como pelos impactos da introdução do som no cinema.

Cidadão Kane (1941)

Direção: Orson Welles

Cidadão Kane marcou sua época devido às inovações, sobretudo nas técnicas narrativas e nos enquadramentos cinematográficos. O filme começa com o protagonista já morto, mudando-se a cronologia dos fatos; e a cenografia mostra pela primeira vez o teto dos ambientes. O filme tem sido considerado por grande parte da crítica especializada como o maior filme da história até o momento, figurando em primeiro lugar na lista do American Film Institute (AFI).

Roma, cidade aberta (1945)

Direção: Roberto Rossellini

Entre 1943 e 44, Roma, sob ocupação nazista, é declarada "cidade aberta", para evitar bombardeios aéreos. Nas ruas, comunistas e católicos deixam suas diferenças de lado para combater os alemães e as tropas fascistas. Filmado logo após a libertação da itália, em locações reais e com atores amadores, Roma, Cidade Aberta tornou-se o marco inicial do neo-realismo italiano, que mostrou ao mundo que era possível se fazer cinema mesmo sob as condições mais precárias. O filme é considerado um dos maiores da história do cinema pela crítica mundial. Buscaremos com a exibição de trechos discutir as formas de filmar que emergiram depois da Segunda Guerra Mundial, destacando também as relações entre cinema e realidade.

Rio 40 Graus (1955)

Direção: Nelson Pereira dos Santos

Considerada a obra inspiradora do cinema novo, o filme acompanha um dia na vida de cinco garotos de uma favela que, num domingo tipicamente carioca e de sol escaldante, vendem amendoim em Copacabana, no Pão de Açúcar e no Maracanã. Pretende-se relacioná-lo ao filme anterior, Roma, cidade aberta, ampliando e contextualizando a discussão sobre as relações entre cinema e realidade para o contexto brasileiro.

Os mestres loucos (1955)

Direção: Jean Rouch

Filmado em apenas um dia, o filme revela as práticas rituais de uma seita religiosa. Os praticantes do culto Hauka, trabalhadores nigerienses reunidos em Accra, se reúnem à ocasião de sua grande cerimônia anual. Na concessão do grande padre Mountbyéba, após uma confissão pública, começa o rito da possessão. Saliva, tremedeiras, respiração ofegante…são os signos da chegada dos ‘espíritos da força’, personificações emblemáticas da dominação colonial : o cabo da polícia, o governador, o doutor, a mulher do capitão, o general, o condutor da locomotiva, etc… A cerimônia atinge seu ápice com o sacrifício de um cão, o qual será devorado pelos possuídos. No dia seguinte, os iniciados retornam às suas atividades cotidianas.

Rouch é um dos realizadores mais importantes do cinema, autor que influenciou gerações. Ao apresentar trecho desse filme, queremos refletir sobre a noção de cinema-verdade, dando continuidade à discussão cinema x realidade.

5 vezes favela (1962)

Direção coletiva - serão exibidos dois dos cinco episódios: o de Joaquim Pedro de Andrade (Couro de Gato) e o de Leon Hirsznman (Pedreira de São Diogo)

"Couro de gato": Moradores caçam gatos a fim de usar seu couro para fabricar tamborins; "Pedreira de São Diogo": sobre uma pedreira há uma favela. Ao perceberem o risco de desabamento dos barracos, os operários incitam os moradores a iniciar movimento de resistência para impedir um acidente fatal.

Hirszman e Joaquim Pedro são dois dos grandes nomes do cinema nacional. Buscaremos apresentar esses filmes para dar início à discussão sobre cinema novo e suas propostas formais e estéticas.

Terra em Transe (1967)

Direção: Glauber Rocha

"Convulsão, choque de partidos, de tendências políticas, de interesses econômicos, violentas disputas pelo poder é o que ocorre em Eldorado, país ou ilha tropical. Situei o filme aí porque me interessava o problema geral do transe latino-americano e não somente do brasileiro. Queria abrir o tema "transe", ou seja a instabilidade das consciências. É um momento de crise, é a consciência do barravento." (Glauber Rocha). O filme, um dos mais importantes do cinema nacional, irá ser exibido na íntegra. Considerado por muitos como um filme de difícil compreensão, o filme se vale de uma liberdade formal rigorosamente trabalhada por Glauber. A partir dele, iremos aprofundar a discussão acerca dos modos de relação que o cinema pode estabelecer com o mundo, bem como da relação entre estética e política. O contexto histórico do filme - os anos da ditadura militar no Brasil também será abordado para continuar a reflexão sobre cinema e política, com foco na produção nacional.

Iracema (1974)

Direção: Orlando Senna e Jorge Bodanzky

Em 1974, Jorge Bodansky, Orlando Senna e Wolf Gauer realizaram um filme que se tornaria uma pequena obra-prima do cinema brasileiro: Iracema, uma Transa Amazônica. Em contraste com a propaganda oficial da ditadura, que alardeava um país em expansão com a construção da Transamazônica, uma câmera sensível revelava os problemas que essa estrada traria para a região: desmatamento, queimadas, trabalho escravo, prostituição infantil. Misturando documentário e ficção, o filme narra a historia da jovem Iracema na festa do Círio de Nazaré em Belém do Pará, onde conhece o caminhoneiro Tião Brasil Grande, que a leva para uma viagem pela Amazônia, e encontra prostituição e miséria. Iracema permaneceu proibido pela censura durante seis anos. Nesse período, ganhou prêmios em festivais internacionais e, em 1980, quando liberado, foi o grande vencedor do Festival de Brasília.

Serras da Desordem (2006)

direção: Andrea Tonacci

Carapirú é um índio nômade, que após ter seu grupo familiar massacrado num ataque surpresa de fazendeiros, consegue escapar, e durante 10 anos perambula sozinho pelas serras do Brasil central, até ser capturado em Novembro de 1988 a 2000 quilômetros de distância do seu ponto de fuga/partida. Trata-se da uma investigação sobre nós mesmos, diante da necessidade de adaptação imediata às radicais mudanças impostas pelo forçado encontro de humanidades diferentes em suas diferentes percepções de tempo, espaço, responsabilidade e valores.

Duas aldeias, uma caminhada (2008)

Direção: Ariel Ortega, Germano Beñites, Jorge Morinico 
Sem matas para caçar e sem terras para plantar, os Mbya-Guarani dependem da venda do seu artesanato para sobreviver. Três jovens realizadores Guarani acompanham o dia-a-dia de duas comunidades unidas pela mesma história, do primeiro contato com os europeus até o intenso convívio com os brancos de hoje.

Corumbiara (2009)

Direção: Vincent Carelli

Leiloada durante o governo militar, a gleba Corumbiara, no sul de Rondônia, é o cenário, em 1985, de um massacre de índios isolados. Apesar dos visíveis sinais da tentativa de apagar as evidências de sua existência, filmadas pelo documentarista Vincent Carelli, e das denúncias do indigenista da FUNAI Marcelo Santos, o caso é esquecido. Dez anos depois, o encontro de dois índios desconhecidos numa fazenda oferece a primeira oportunidade a Santos e Carelli de retomar o fio desta história, que registra muitas lacunas, mas revela aos poucos os inequívocos sinais da continuidade dos crimes contra os povos indígenas, num processo de selvagem apropriação da terra na Amazônia. Neste filme, realizado ao longo de mais de 20 anos, abre-se espaço também a uma autocrítica das próprias estratégias indigenistas, além de se dar voz aos próprios índios.

Contato:

Ananda Guimarães
35. 9842-1886 / 11. 9608-4026
MOSTRA AUDIOVISUAL DE CAMBUQUIRA
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ESPAÇO CULTURAL SINHÁ PRADO
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