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quarta-feira, 6 de março de 2013

Alemanha, um país que tinha ou tem tantos nomes..


Nós nos ocupamos um pouco com seu artigo e fizemos um passeio pela nossa história. 

Texto de Renate Drews, Kiel - DE

Os nomes dão historicamente um espelho sobre as condições de poderes e envolvimento cultural do centro da Europa e seus habitantes.

O "País dos Alemães" não existia há muito tempo atrás. A área territorial que conhecemos hoje como um país era formado  por muitos reinos onde seus reis  sempre se guerreavam entre sí em  muitas e seguidas batalhas. Ninguém pensava em "Deutschland" e nenhum deles falava a língua alemã. Alias, esta língua também não existia como nós  a conhecemos  hoje.

Hoje quando se escuta o holandês, então você pode mais ou menos imaginar como uma grande parte dos habitantes no norte do Rio Mainz  se comunicavam. Foi daquela "língua" que  se cristalizou no que nós hoje entendemos como a língua alemã.

Naqueles longínquos  tempos, o sul tinha uma cultura muito mais adiantada que a dos irmãos do norte. Lá acontecia vários contatos com outros países  vizinhos e com a cultura deles. 

Esse contato influenciou também o idiom. E, isso é  notado ainda hoje.

Deutschland foi primeiramente 1871 um estado com uma capital, um "Kaiser"(Imperador) qual tinha o poder sobre todos os outros reis. Os demais reis tinham perdido o poder deles. O  novo poder se concentrava  em um só e não mais divido por muitos. Desde aí podia-se então desenvolver Deutschland. Também o idioma alemão, qual tinha se desenvolvido até aí, foi falado em todo o país. Nas escolas esse o idioma  foi ensinado como hoje se faz com uma língua estrangeira.

Isto significava que os idiomas antigos, como por exemplo "Plattdeutsch", sumiram. Deutschland  não existia então até aí de maneira nenhuma como algo como nós hoje entendemos, nem como um estado e nem com uma linguagem única. Somente os de níveis altos, os sábios, entendiam o significado de “Teutsch” para dar  um significado à salada de línguas dos muitos e pequenos países. 


Para o povo valia outra coisa, ele ainda não sentia-se como "Alemão/Deutsch", pois  há 100 anos atrás, sentia-se como aqueles que eram em mais de cem gerações antigas, partes das tribos históricas e germânicas.

No norte eram os "Sachsen"(Saxões)  (não os de hoje, estes moram em outro lugar e não são mais os
 "Sachsen", chamam-se somente assim) e os "Angeln"e os "Friesen" por exemplo e no sul da Alemanha por ex. os Franken, que outrora fundaram  o "Frankenreich" o que hoje se chama "Frankreich" (Franca) (Frankenreich = Frankreich = France= Vive la France - Isso já faz muito tempo!

 Os Angeln e os "Sachsen" habitaram Inglaterra (England) e os "Friesen" toda a Costa Atlântica até no norte da Holanda. Lá não existia "Deutsch" (alemão)e ninguém pensava e sentia "Deutsch".

Quando você nota na discussão política de hoje, para o alemão geralmente é igual se ele é Deutsch ou Europeu.

A discussão me animou a fazer uma corrida rápida pela história alemã. Eu acho cada vez mais isso muito interessante. Mais uma coisa eu penso: os alemães preferiam muito mais de se chamar Germanien, mas isto é históricamente impossível. Nós olhamos sempre com um pouquinho de inveja para  England(Inglaterra), nossos "parentes" :-) lá foram mais corajosos e  nos chamam  de Germany! Que não se chama nada mais do que "País dos Germanos". E  na Franca nos chamam  de "Allemagne", isto significa "Terra dos Allemannen". Eles eram antigamente Germanos quais habitavam na beira do Reno, perto da Franca. Este tribo ajudou e sustentou muito o desenvolvimento dos Franceses :-) :-) :-). E os italianos dizem Germania.


Eu tenho a consciência de que isso é uma pequena  vista muito por cima do tema “Teutsch”. E além disso também uma  contemplacão muito subjetiva. Nenhuma palavra aos escritores alemães da Idade Média,(como um exemplo: Hildegard von Bingen 400 anos mais antes, (1098 – 1179) ela já pensava Deutsch, mas publicava em Latim, ou  Hans Jakob Christoffel von Grimmelhausen no século 17, (1621 – 1676) um autor qual escrevia “Deutsch” e dele o mais famoso livro tinha até o título “Teutsch” (Simplicissimus Teutsch) aos trovadores, ao Sacro Império Romano da Nação Alemã, (Era grande. Mas não de importância. No início do século 19 acabou-se com isto. Mas: já era totalmente oficial “Deutsch)  à vida nas cidades e à as tentativas de achar um idioma para todos. Martin Luther (Martinho Lutero) (1483 – 1546) que traduziu a Bíblia latina para  o o “teutsche” ganhando com esta ação grande reconhecimento. Naquela época  o alemão habitual, hoje não mais usado e compreendido, era um idioma, que  também não foi usado pelo povo; e não foi nem lido pelo povo. Pois  ler e escrever eram bens de reserva para uma pequena parte das classes superiores. Não existia escolas, somente conventos. Mas, estes se preocupavam primeiramente com a educação e instrução dos próprios habitantes do convento, da própria gente da igreja ou dos filhos dos fidalgos, dos aristocratas.
 O povo “do lado de fora da porta” era geralmente sem liberdade, nos termos de hoje eram meros  escravos. As cidades eram diferentes em pouco número. E quando era uma cidade, lá havia poucos habitantes.

Nossa visita vai   também  ao famoso Johannes Guttenberg, (nasceu pelos anos 1400 – faleceu 1468) ele tipógrafo (impressor) que também ganhou grande  reconhecimento.. 

Páginas e páginas poderíamos escrever agora sobre essa história real da Alemanha.  

Tudo isso afetou pelo menos 1/10 da população. Bem 95% daqueles que mais tarde se chamaram "deutsch" viviam no campo. Ainda no início do século 19, 90% da população vivia fora das cidades. Como já disse: ela não sabia de ler e escrever. A vida deles era o trabalho. Na maioria como servos, que sem direitos gerais, nem o de escolher sua noiva ou seu noivo. Eles trabalhavam da madrugada quando o galo cantava até à tarde quando o sol sumia no horizonte. Aí restava ainda um pouco da comida pobre sem valor nutritivo (Mingau de qualquer farinha, sopa, batatas....) e um saco de palhas para se deitar. Tanto os homens como as mulheres estavam aos 30 anos fisicamente no fim, já esgotados. As crianças já velhas, mal que podiam andar.

Esta gente, 90% da população, tinha outros interesses do que se preocupar com o significado de “Teutsch”. O povo falava o idioma dos pais e estes o idioma dos pais deles. Assim esta língua do povo  foi passada  por centenas de gerações. E, foi o suficiente para comunicar um com o outro e de aldeia para aldeia.  Não era suficiente para uma espécie de "globalização"através dos limites da paisagem e que também não era mesmo necessário. Quando isto foi possível, no movimento ou no caminho da industrialização, morreram estes idiomas e o"Deustsch" se firmou como língua nacional. 

Eu queria dar uma vista ao “Teutsch” da perspectiva daqueles que viveram por aqui. Mesmo assim, dei a vista piscando com um olho considerando o tempo que passou.

PS : Em português usa-se ainda hoje a expressão “Teuto” derivado de “Teutsch” para designar ligações com a Alemanha e alemães.
Ex.: Ele é um teuto-brasileiro (é um brasileiro que descende de alemães)
O governo defende uma aliança “teuto-brasileira” para fortalecer o comércio exterior.

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